quarta-feira, 5 de maio de 2010

Reciclagem na Ilhota de Nantucket

Reciclagem na Ilhota de Nantucket

Todo meu respeito à população da pequena ilhota de Nantucket nos EUA. Parabéns aos moradores pois são um exemplo de reciclagem e respeito ao próximo.
Não sou de elogiar emissora alguma, não sou "garota propaganda", nem "partidária", tampouco ligo para televisão - na verdade odeio pois acredito que algumas emissoras acham que podem "mandar" no gosto do público, ditar moda, definir "horários", padrões e comportamentos - ninguém aqui é besta!
Entretanto, desta vez (só desta vez) tenho que parabenizar o Jornal Nacional pela belíssima reportagem sobre a reciclagem de lixo em Natucket. 

A população dessa ilhota não desperdiça nada. Sem espaço para lixo, a antiga "lixeira" da regiãolugar está sumindo aos poucos pois todo o lixo está sendo transformado em adubo orgânico gratuito para os fazendeiros locais. Ótima iniciativa!

E não pára por ai. A conscientização da população nos é um exemplo digno a ser seguido. Todo lixo reciclável é realmente "reciclado" e na hora. Enormes máquinas reciclam as latinhas e plásticos deixadas pela população em um lugar já pré-determinado. Fora isso (e o mais curioso e legal de tudo), é que existe um galpão específico onde os habitantes locais levam seus "lixos", ou seja, os objetos que não querem ou não usam mais. 

O legal é que o "lixo" de um é "reusado" por outro. Desde roupas usadas, tapetes, móveis velhos, brinquedos, tábuas de madeira, janelas e portas, liquidificador, utensílios domésticos, esteira elétrica, monitores, tvs, objetos de decoração e outras coisas non-sense são deixadas no galpão.
Muitas pessoas "abandonam" por lá seus pertences que não mais usam. Outras vão lá buscar por alguma coisa que possa completar sua decoração, sua casa, uma reforma, seu automóvel ou até mesmo seu vestuário. Nada se perde, tudo se recicla. 

Na reportagem, uma senhora que acabara de se mudar com o marido para a ilhota, teve sua casa toda construída e mobilada pelos pertences deixados no galpão: piso de madeira, janelas, tapete da sala de jantar e outros móveis da casa. Um outro senhor, deixara um prancha de surfe lindíssima e em bom estado porque já não a usava mais. Logo em seguida uma senhora levou a prancha para dar de presente à filha que adora surfar.
Detalhe: tudo de graça. Os moradores deixam e retiram objetos sem custo algum!

Me diga agora se isso SIM é que é um exemplo!
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Segue reportagem (texto) publicada no site da Globo.com em 04/05/10

Edição do dia 04/05/2010 21h09

De cada 100 toneladas de lixo produzidas nos EUA, só 11 são recicladas.
Na segunda reportagem da série especial sobre os problemas do lixo, o correspondente Flávio Fachel mostra os desafios na pequena e tranquila ilha de Nantucket, um paraíso turístico na costa de Massachussets.

O Jornal Nacional está exibindo esta semana uma série de reportagens especiais sobre outra ameaça ao meio ambiente, que não depende de nenhum acidente: o lixo. Nesta terça, o correspondente Flávio Fachel mostra como uma ilha dos Estados Unidos foi obrigada a procurar saídas.

De cada 100 toneladas de lixo produzidas nos Estados Unidos, só 11 são recicladas. O resto é um dos maiores problemas do país. Durante décadas, a principal solução foi empurrar a sujeira pra baixo do tapete. Ou melhor: pro vizinho.

Estados e cidades, sempre que podem, vendem seu lixo uns pros outros. Uma tentativa de aliviar os já sobrecarregados aterros sanitários espalhados pelo país.

Na pequena e tranquila ilha de Nantucket, um paraíso turístico na costa de Massachussets, 100 anos de lixo acumulado viraram um morro. E como a terra na ilha é cara, a comunidade decidiu que era hora de acabar com o desperdício.

Hoje, no aterro municipal, os carros entram e saem sem parar carregados de lixo, trazidos pelos próprios moradores. Duas vezes por semana, depois da escola, o pai traz a filha pra ajudar a despejar tudo no lugar certo.

Ele diz: "Precisamos reciclar. Moramos numa ilha e não temos espaço. Vir aqui é uma boa lição para as crianças".

Latas, papelão, plástico: 98% do lixo produzido na cidade são reaproveitados. E é tudo separado e processado na hora.

No dia seguinte, a carga segue de barco para indústrias de reciclagem em Boston. Mas nem tudo tem esse destino. Muita coisa vai parar mesmo é numa casinha, que fica dentro do depósito de lixo. As pessoas podem deixar o que não usam mais ou então levar pra casa o que estão precisando, e tudo isso de graça, sem pagar nada.

Numa mesa, tem eletrodomésticos, tem um grill e um massageador de pés. E adiante tem material de informática: um monitor e um leitor de CDs novinho. E ainda tem uma esteira de ginástica.

Tudo isso, tem gente que acha que é lixo, mas na ilha, vai continuar sendo usado por muito tempo.

Portas, janelas, armários. A TV de plasma é de março de 2008. E, lá dentro, é como se fosse uma pequena loja: roupas, livros, brinquedos. Clima de liquidação!

"Isso é algo maravilhoso. Porque ajuda as pessoas que não tem muito dinheiro”, diz uma senhora.

O administrador de imóveis traz uma prancha e diz: "Isso não é lixo. Eu apenas não preciso mais". Já Susan sabe exatamente o que fazer com ela: "Vai pra minha filha. Eu adorei!".

Ela conta que, quando se mudou pra ilha, montou toda a casa com móveis recolhidos. Hoje, ela e o marido ainda acham muitas coisas boas: peças de decoração, o piso inteiro de um dos quartos e o tapete da sala. Quase novo.

O antigo morro de lixo está agora sendo desmanchado e transformado em composto orgânico, usado de graça nas fazendas e jardins da cidade. Em 14 anos, ele vai sumir.

Susan diz que a comunidade de Nantucket está mandando uma mensagem para o resto do país: "Nós precisamos cuidar do que temos, porque ninguém vai fazer isso por nós. E isso é possível".

Pelo menos os moradores da pequena ilha já decidiram o que querem pro futuro.



- Fonte: Globo.Com 

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E a Hotelaria e Comércio de Nantucket segue no mesmo ritmo de reciclagem e preservação ambiental. Olhem só este link que achei:

http://www.centerboardguesthouse.com/inn/conservation.html


Sabe de uma coisa? Quero ir conhecer esse lugar!
Quem vem comigo?
 


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